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Empresas de bens de consumo ampliam participação em canais digitais

Empresas de bens de consumo ampliam participação em canais digitais

13/07/2025 - 07:21
Bruno Anderson
Empresas de bens de consumo ampliam participação em canais digitais

Em um cenário cada vez mais conectado, empresas de bens de consumo no Brasil estão transformando seus modelos de negócio para atender a uma demanda digital em franco crescimento. A aceleração proporcionada pela pandemia de COVID-19 deixou claro que a presença digital consolidada não é mais um diferencial, mas uma urgência para qualquer player que deseja se manter competitivo.

Transformação digital: um novo paradigma

O salto para o digital, que muitas empresas lutavam para iniciar antes de 2020, tornou-se inevitável. Hoje, marcas de diferentes portes reconhecem que integrar canais online e offline não é apenas uma estratégia, mas um pilar fundamental para o varejo. A capacidade de oferecer ao consumidor uma jornada contínua, do clique à retirada na loja, solidifica a reputação da marca e impulsiona o faturamento.

Essa jornada quebrou barreiras geográficas, proporcionando alcance em regiões antes pouco exploradas. Nesse contexto, pequenos e médios negócios mostraram agilidade: já somam mais de R$ 1 bilhão em vendas digitais apenas no primeiro trimestre de 2025.

Os números que comprovam o avanço

Segundo projeções da ABComm e Ebit/Nielsen, o e-commerce brasileiro deve ultrapassar R$ 234 bilhões em faturamento até o final de 2025, com um crescimento de quase 15% em relação ao ano anterior. O ticket médio subiu para R$ 539,28, reflexo de uma cesta de compras mais diversificada.

Além disso, o ingresso de cerca de três milhões de novos compradores digitais reforça a consolidação desse canal. Empresas de bens de consumo descobriram que a combinação de tecnologia, logística e estratégias de marketing permite não apenas atrair, mas também fidelizar esse público exigente.

Estratégias digitais que fazem a diferença

Para navegar nesse ambiente, várias táticas têm se destacado pela eficácia:

  • Omnichannel: ofertas coordenadas entre loja física e e-commerce, incluindo o “click & collect”.
  • Automação de marketing: disparos programados e personalizados, 25 vezes mais eficazes que newsletters tradicionais.
  • Inteligência Artificial: 70% das lojas virtuais utilizam IA para recomendar produtos e otimizar preços em tempo real.
  • CRM integrado: sistemas que acompanham o ciclo de vida do cliente, aumentando a retention e o LTV.

Nos segmentos de Moda e Acessórios, Casa e Jardim, Alimentos e Bebidas, Pets, Saúde e Beleza e Eletrônicos, essas abordagens têm gerado resultados expressivos, com ganhos em eficiência e redução de custos.

Dados segmentados de adoção digital

Casos de sucesso inspiradores

Empresas pioneiras mostram que, mais do que números, o sucesso depende da implementação eficaz dessas tecnologias. A plataforma edrone, por exemplo, impactou mais de 382 mil pedidos e gerou R$ 138,3 milhões em vendas no primeiro trimestre de 2025, representando mais de 20% do faturamento de seus clientes.

Outro destaque é a Banca do Ramon, que adotou automatização de processos para newsletter e catálogos digitais, atingindo 135 pedidos mensais e ampliando o faturamento trimestral em 23% sem intervenção manual.

Desafios e como superá-los

Apesar das vantagens, a jornada digital apresenta obstáculos:

  • Investimento constante em tecnologia e capacitação de equipes.
  • Integração de estoque e logística entre canais físicos e virtuais.
  • Segurança de dados e privacidade do consumidor.

Para enfrentar essas barreiras, é fundamental adotar uma cultura organizacional voltada para a inovação e a experimentação. Promover treinamentos regulares, escolher parceiros tecnológicos confiáveis e implementar protocolos robustos de cibersegurança são passos essenciais.

Benefícios além das vendas

Mais do que receita, essas iniciativas trazem ganhos qualitativos:

  • Maior engajamento e fidelização por meio de programas digitais personalizados.
  • Economia operacional por meio da automatização inteligente de atendimento e logística.
  • Rapidez na adaptação a tendências e mudanças no comportamento do consumidor.

O caminho a seguir

O futuro aponta para uma convergência ainda maior entre o online e o offline. Realidade aumentada para experimentação virtual, chatbots cada vez mais humanizados e marketplaces colaborativos emergem como próximas frentes de inovação.

Empresas de bens de consumo que investirem em crescimento sustentável e em experiências memoráveis conquistarão a preferência de um público cada vez mais digital-first. Criar uma estratégia baseada em dados, ágil e centrada no cliente é a receita para transformar desafios em oportunidades e se destacar em um mercado em rápida evolução.

Em 2025, a digitalização deixa de ser um caminho opcional para se tornar a rota principal para o sucesso. Aproveitar esse momento requer visão, planejamento e coragem para inovar. O desafio está lançado: quem dará o próximo grande passo rumo à excelência digital?

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

Bruno Anderson