O setor educacional brasileiro e internacional vive uma fase de profundas mudanças, impulsionada por tecnologias emergentes e novos modelos de negócio. Neste cenário de transformação, empresas públicas e privadas reforçam suas apostas em soluções digitais que prometem melhorar a experiência de ensino e aprendizagem.
Nos últimos anos, a educação passou por uma revolução impulsionada por inteligência artificial e recursos de Big Data. Plataformas adaptativas de aprendizado, por exemplo, já conseguem ajustar conteúdos em tempo real, identificando lacunas e propondo revisões antes que o aluno fique defasado.
Além disso, gestores educacionais observam que o uso estratégico de informações permite intervenções precoces em casos de evasão escolar e um acompanhamento individualizado. A personalização não é apenas um diferencial: tornou-se elemento central para aumentar a eficácia do ensino e gerar resultados mensuráveis.
Em 2024, o Ministério da Educação destinou mais de R$ 301 milhões para conectar 100.026 escolas, adquirindo equipamentos de rede, dispositivos e acesso à internet. Esse aporte faz parte de um esforço maior de inclusão digital, amparado pela Política Nacional de Educação Digital (Pned) aprovada em 2023.
No mercado privado, um dos destaques é a Cogna Educação, que em 2025 captou US$ 100 milhões junto ao Banco Mundial/IFC. Os recursos visam modernizar a plataforma Kroton, hoje responsável por atender quase 1 milhão de alunos no ensino a distância. Ao todo, a empresa alcança mais de 2,5 milhões de estudantes, da educação básica à pós-graduação.
O uso intensivo de dados abre caminho para decisões baseadas em evidências. Diretores e coordenadores de curso recebem relatórios detalhados sobre o desempenho de turmas e indivíduos, podendo realinhar metodologias e conteúdos.
Ferramentas de análise preditiva permitem antecipar quedas de rendimento e propor estratégias de recuperação. Em testes-piloto realizados em estados brasileiros, cada computador adicional nas escolas resultou em um acréscimo médio de 17 pontos no desempenho do PISA.
Escolas que adotaram soluções digitais relatam engajamento mais alto e taxas de conclusão maiores. O ensino híbrido, por exemplo, combina aulas presenciais com recursos interativos, explorando vídeos, quizzes e fóruns de discussão.
Apesar dos avanços, entre 9,5 mil e 30 mil escolas públicas brasileiras ainda carecem de conexão adequada. A exclusão digital avança em função de fatores econômicos, falta de infraestrutura e, em muitos casos, baixo interesse ou preparo dos professores.
Pesquisa recente apontou que 42,2% das famílias relatam dificuldade no uso da internet, e 27,7% mencionam desinteresse. Para reduzir esses índices, programas de formação continuada de docentes e investimentos em laboratórios móveis têm se mostrado eficazes.
O mercado global de Big Data na educação deve alcançar US$ 745 bilhões até 2030, impulsionado por soluções de inteligência artificial e analytics. A previsão é de que a aplicação de algoritmos de machine learning em salas de aula seja rotina em poucos anos.
Outra tendência é a expansão de parcerias público-privadas, que aliam recursos e expertise para levar tecnologia a regiões remotas. Além disso, a formação de professores em metodologias digitais é prioridade, garantindo que investimentos em infraestrutura sejam efetivamente aproveitados.
Em síntese, o movimento de ampliação dos investimentos em plataformas digitais promete não apenas modernizar escolas e universidades, mas também democratizar o acesso ao conhecimento, criando novas oportunidades e reduzindo desigualdades históricas.
Referências