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Empresas de educação ampliam investimentos em plataformas digitais

Empresas de educação ampliam investimentos em plataformas digitais

12/06/2025 - 14:25
Marcos Vinicius
Empresas de educação ampliam investimentos em plataformas digitais

O setor educacional brasileiro e internacional vive uma fase de profundas mudanças, impulsionada por tecnologias emergentes e novos modelos de negócio. Neste cenário de transformação, empresas públicas e privadas reforçam suas apostas em soluções digitais que prometem melhorar a experiência de ensino e aprendizagem.

Transformação digital e motivações

Nos últimos anos, a educação passou por uma revolução impulsionada por inteligência artificial e recursos de Big Data. Plataformas adaptativas de aprendizado, por exemplo, já conseguem ajustar conteúdos em tempo real, identificando lacunas e propondo revisões antes que o aluno fique defasado.

Além disso, gestores educacionais observam que o uso estratégico de informações permite intervenções precoces em casos de evasão escolar e um acompanhamento individualizado. A personalização não é apenas um diferencial: tornou-se elemento central para aumentar a eficácia do ensino e gerar resultados mensuráveis.

Panorama dos investimentos públicos e privados

Em 2024, o Ministério da Educação destinou mais de R$ 301 milhões para conectar 100.026 escolas, adquirindo equipamentos de rede, dispositivos e acesso à internet. Esse aporte faz parte de um esforço maior de inclusão digital, amparado pela Política Nacional de Educação Digital (Pned) aprovada em 2023.

No mercado privado, um dos destaques é a Cogna Educação, que em 2025 captou US$ 100 milhões junto ao Banco Mundial/IFC. Os recursos visam modernizar a plataforma Kroton, hoje responsável por atender quase 1 milhão de alunos no ensino a distância. Ao todo, a empresa alcança mais de 2,5 milhões de estudantes, da educação básica à pós-graduação.

Impacto na gestão e na qualidade do ensino

O uso intensivo de dados abre caminho para decisões baseadas em evidências. Diretores e coordenadores de curso recebem relatórios detalhados sobre o desempenho de turmas e indivíduos, podendo realinhar metodologias e conteúdos.

Ferramentas de análise preditiva permitem antecipar quedas de rendimento e propor estratégias de recuperação. Em testes-piloto realizados em estados brasileiros, cada computador adicional nas escolas resultou em um acréscimo médio de 17 pontos no desempenho do PISA.

Adoção de plataformas e resultados práticos

  • Plataformas adaptativas: ajustam a sequência de conteúdos conforme o ritmo do estudante.
  • Educação conectada: integração digital obrigatória no currículo do ensino fundamental e médio.
  • Modelos híbridos e 100% online: maior flexibilidade para alunos e redução de custos operacionais.

Escolas que adotaram soluções digitais relatam engajamento mais alto e taxas de conclusão maiores. O ensino híbrido, por exemplo, combina aulas presenciais com recursos interativos, explorando vídeos, quizzes e fóruns de discussão.

Desafios e barreiras à inclusão digital

Apesar dos avanços, entre 9,5 mil e 30 mil escolas públicas brasileiras ainda carecem de conexão adequada. A exclusão digital avança em função de fatores econômicos, falta de infraestrutura e, em muitos casos, baixo interesse ou preparo dos professores.

Pesquisa recente apontou que 42,2% das famílias relatam dificuldade no uso da internet, e 27,7% mencionam desinteresse. Para reduzir esses índices, programas de formação continuada de docentes e investimentos em laboratórios móveis têm se mostrado eficazes.

Tendências e projeções para o futuro

O mercado global de Big Data na educação deve alcançar US$ 745 bilhões até 2030, impulsionado por soluções de inteligência artificial e analytics. A previsão é de que a aplicação de algoritmos de machine learning em salas de aula seja rotina em poucos anos.

Outra tendência é a expansão de parcerias público-privadas, que aliam recursos e expertise para levar tecnologia a regiões remotas. Além disso, a formação de professores em metodologias digitais é prioridade, garantindo que investimentos em infraestrutura sejam efetivamente aproveitados.

Em síntese, o movimento de ampliação dos investimentos em plataformas digitais promete não apenas modernizar escolas e universidades, mas também democratizar o acesso ao conhecimento, criando novas oportunidades e reduzindo desigualdades históricas.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius