Em um cenário de mudanças econômicas e alta volatilidade, os investidores brasileiros buscam novas alternativas para proteger e valorizar seu patrimônio. Nesse contexto, os fundos globais surgem como protagonistas, ampliando sua presença de forma consistente em 2024 e projetando crescimento para 2025.
O Brasil viveu um ano de forte expansão no volume total de investimentos. Com R$ 7,3 trilhões alocados em 2024, houve um salto de 12,6% em relação a 2023. Apesar desse avanço, os fundos multimercados e de ações sofreram retrações significativas.
Enquanto o patrimônio dos fundos multimercados caiu 13,8%, encerrando o ano em R$ 545,1 bilhões, os fundos de ações recuaram 9,5%, totalizando R$ 225,5 bilhões. Essas quedas, somadas a um cenário de juros elevados e ganhos modestos em ativos locais, motivaram a migração para produtos internacionais.
Em 2024, as aplicações no exterior renderam resultados expressivos. O S&P 500 avançou 24,9% em dólares, enquanto o dólar valorizou 27% frente ao real. Na prática, um investidor brasileiro em fundos globais de ações obteve retorno combinado próximo de 50% em reais.
O índice BDRX, que mede o desempenho de recibos de ações internacionais negociadas na B3, subiu 72,19% no ano. Em contraste, o Ibovespa caiu 10,37%, gerando perda de 30,5% quando considerada a variação cambial. Esse descompasso reforça que a diversificação internacional foi fundamental para blindar portfólios.
Os fundos globais passaram a ocupar parcela relevante nas carteiras dos brasileiros. Além de ações americanas, fundos de renda fixa internacionais ganharam destaque:
Essa movimentação revela que a busca por proteção cambial e retorno superior não se restringe ao mercado acionário. A alocação em diferentes classes de ativos no exterior traz estabilidade e potencial de ganhos, mesmo diante de choques locais.
Embora o interesse cresça, escolher o veículo ideal exige critérios rigorosos. Estudos mostram que a maioria dos fundos brasileiros, sejam locais ou com exposição internacional, não superou seus benchmarks em 2024:
Esses dados destacam a importância de analisar cuidadosamente o gestor, estilo de investimento, custos e políticas de hedge cambial. Uma combinação estratégica entre fundos passivos (ETFs) e ativos, nacionais e internacionais, pode otimizar custos e retorno.
As projeções para 2025 apontam para a continuidade dos juros elevados no Brasil, cenário que tende a pressionar ainda mais as ações locais. Em paralelo, a volatilidade global e as oscilações cambiais continuarão impulsionando a educação financeira contínua dos investidores.
Especialistas concordam que o espaço para composições internacionais segue amplo, tanto em renda variável quanto em renda fixa, com ou sem hedge. A decisão dependerá do perfil, horizonte de investimento e tolerância a risco de cada investidor.
Para se destacar, as gestoras precisarão de gestão ativa e criteriosa, acompanhando ciclos econômicos globais, ajustando posições conforme riscos sistêmicos e aproveitando janelas de oportunidade em mercados desenvolvidos, especialmente nos EUA e Europa.
Dentre as soluções que mais atraem o investidor, destacam-se:
Players como BTG Pactual Asset, Itaú Asset e Absolute Investimentos lideram a oferta, adaptando portfólios e inovando na estruturação de produtos.
Para investidores que desejam aproveitar essa tendência, as etapas essenciais são:
Com essas bases, é possível construir um portfólio mais resiliente, capaz de aproveitar oportunidades em diferentes regiões do mundo.
O movimento de expansão dos fundos globais no mercado brasileiro reflete a busca por estabilidade, ganhos mais robustos e diversificação. Em um mundo cada vez mais conectado e sujeito a choques econômicos, ter uma parcela internacional na carteira deixa de ser luxo para se tornar passo fundamental na estratégia de qualquer investidor atento.
Referências