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Empresas de saúde apostam em inovação para expandir serviços

Empresas de saúde apostam em inovação para expandir serviços

02/05/2025 - 18:45
Felipe Moraes
Empresas de saúde apostam em inovação para expandir serviços

Em um país de dimensões continentais e desafios históricos de acesso à saúde, a inovação se tornou elemento-chave para superar gargalos e oferecer atendimento de qualidade a milhões de pessoas.

Nos últimos anos, uma nova geração de empresas, formada por startups, grandes hospitais e grupos consolidados, tem investido em soluções que unem tecnologia de ponta e metodologias ágeis com foco no ser humano.

Este movimento impacta positivamente o dia a dia dos pacientes, reduz custos e estimula um ecossistema colaborativo em todo o Brasil.

Panorama do setor: protagonismo das healthtechs

O ecossistema brasileiro de healthtechs registra um crescimento anual de dois dígitos. Impulsionadas por aportes de investidores nacionais e internacionais, essas startups desenvolvem aplicações que vão desde a prevenção até o tratamento de doenças crônicas.

Cerca de aproximadamente 3,7 milhões de brasileiros impactados já foram beneficiados por essas iniciativas, gerando uma economia de US$ 230 milhões em custos evitáveis no sistema público e privado.

Entre os principais focos estão: telemedicina de última geração, monitoramento remoto por meio de dispositivos conectados, análise preditiva e modelos de cuidado populacional.

Especialistas destacam que a combinação de soluções humanizadas e centradas no paciente com automação inteligente é fundamental para reduzir filas, tempos de espera e burocracia excessiva.

Exemplos de empresas inovadoras e seus impactos

Algumas iniciativas brasileiras têm se destacado pela efetividade e escalabilidade de seus modelos:

  • Gympass: plataforma de programas de bem-estar corporativo personalizados que usa IA para monitorar indicadores de saúde mental, resultando em redução de 18% no absenteísmo de colaboradores.
  • Sami: estruturou um modelo de equipes multidisciplinares integradas e preparadas, combinando médicos, enfermeiros e analistas de dados. Com aporte de US$ 18 milhões em 2023, ampliou atendimento domiciliar e teleconsultas.
  • Doutor Ao Vivo: pioneira em telesserviços 24 horas, emprega IA em fluxos de triagem automática e encaminhamento para profissionais especializados, processando milhares de atendimentos diários.

Esses casos comprovam que a tecnologia pode promover uma abordagem mais proativa e eficaz, beneficiando empresas, prestadores de serviço e pacientes.

Inovação em hospitais e grandes players

Grandes instituições de saúde também investem em tecnologia para aprimorar o atendimento. O Hospital Sírio-Libanês, tradicional centro de referência, expandiu sua atuação com novas unidades em São Paulo e no Morumbi.

Nessas unidades, foram implementadas plataformas de prontuário eletrônico integrado ao paciente, sistemas de agendamento automatizado e aplicativos de IA para suporte a decisões clínicas.

Além das instalações físicas, o grupo investe em ações extramuros, oferecendo programas de educação em saúde para comunidades e serviços de hospitalidade domiciliar, fomentando uma saúde preditiva e altamente eficiente.

Tendências apresentadas em eventos e feiras

Na Feira Hospitalar 2025, especialistas e empresas compartilharam inovações que devem moldar os próximos anos do setor:

  • práticas de ESG e sustentabilidade na cadeia de suprimentos, reduzindo desperdícios e uso de insumos descartáveis.
  • ferramentas de machine learning preditivo para prever surtos de doenças e otimizar estoques de medicamentos.
  • Equipamentos conectados via Internet das Coisas para manutenção preditiva e monitoramento contínuo de pacientes críticos.
  • Plataformas integradas que reúnem pacientes, médicos e laboratórios em um único ambiente digital, agilizando processos e relatórios.

Essas soluções comprovam a necessidade de convergência entre tecnologias e práticas sustentáveis na saúde.

Temas prioritários na inovação em saúde

Para avançar ainda mais, o setor precisa concentrar esforços em áreas estratégicas:

  • Chatbots e assistentes virtuais inteligentes para prestar suporte inicial e orientar pacientes antes do atendimento presencial.
  • Telemedicina com integração total ao sistema de prontuário, facilitando o registro e o acompanhamento de consultas.
  • Análise preditiva de grandes volumes de dados, elevando a capacidade de gestão baseada em dados e prevenção de doenças.
  • Modelos de atendimento personalizado que adaptem protocolos médicos ao perfil e ao contexto de cada paciente.

O alinhamento dessas frentes é decisivo para construir um sistema de saúde mais resiliente, equitativo e centrado no paciente.

Desafios e oportunidades

Apesar dos avanços, o setor enfrenta barreiras regulatórias, carência de mão de obra especializada e dispositivos legados sem interoperabilidade.

A baixa alfabetização digital de parte da população e as disparidades regionais ampliam o desafio de levar soluções tecnológicas a áreas remotas.

Por outro lado, existem oportunidades em parcerias público-privadas, programas de aceleração de startups e políticas de incentivo fiscal voltadas à inovação em saúde.

Números e fatos relevantes

O mercado global de healthtechs atingiu US$ 400 bilhões em 2024, enquanto no Brasil o valor de mercado de startups do setor ultrapassou US$ 10 bilhões.

Em 2025, a Gympass manteve valuation de US$ 2,2 bilhões, a Sami captou US$ 18 milhões e diversas redes hospitalares anunciaram expansão de laboratórios e centros de especialidades.

Além do impacto financeiro, estima-se que soluções digitais tenham reduzido em até 15% as internações evitáveis, beneficiando hospitais, planos de saúde e pacientes.

Perspectivas para o futuro

O caminho à frente inclui fortalecer modelos colaborativos, promover interoperabilidade e ampliar o foco em prevenção e bem-estar.

Gestores e profissionais de saúde devem participar de eventos, investir em capacitação e adotar uma postura aberta à experimentação, integrando novas tecnologias com práticas clínicas consolidadas.

Com a combinação de inovação, dados e cuidado humanizado, o sistema de saúde brasileiro pode se tornar referência mundial, garantindo serviços acessíveis e de alta qualidade a todos os cidadãos.

Felipe Moraes

Sobre o Autor: Felipe Moraes

Felipe Moraes