Os fundos de ações são veículos de investimento que reúnem aportes de diversos investidores para adquirir ações de diferentes empresas. Com gestão profissional, oferecem acesso a mercados que, ao longo do tempo, podem proporcionar retornos acima da renda fixa e contribuir para a formação de um patrimônio robusto.

Este artigo explora o panorama atual no Brasil, as estratégias vencedoras, e os cuidados essenciais para quem busca crescimento consistente em horizontes superiores a cinco anos.

O que são fundos de ações e seu papel no crescimento de longo prazo

Um fundo de ações concentra recursos para comprar participação em empresas listadas na bolsa de valores. A gestão profissional seleciona ativos com base em metodologias que variam do estilo valor ao crescimento, passando por critérios ESG.

Ao diversificar em vários setores e papéis, o investidor ganha exposição a ciclos econômicos e pode se beneficiar da rotação setorial conforme as oportunidades surgem.

Além disso, manter a posição em momentos de volatilidade permite capturar as fases de alta, fundamentais para o crescimento sustentado ao longo dos anos.

Contexto recente: desempenho e números de 2025

No primeiro semestre de 2025, o Ibovespa subiu 15,8%, com a maioria dos fundos de ações superando o índice. Alguns fundos até alcançaram ganhos de 30% ou mais.

Esse desempenho decorreu de fatores domésticos — como expectativas de queda da Selic e desaceleração da inflação — e externos, incluindo fluxo de capital para mercados emergentes.

Estratégias vencedoras e cases de fundos notáveis

Gestoras bem-sucedidas aplicam análise fundamentalista rigorosa, buscam potenciais de valorização fora do índice e adotam apostas setoriais diferenciadas. Entre as táticas mais comuns:

• Rotação setorial para capturar ciclos favoráveis.
• Seleção de empresas com balanços sólidos e fluxo de caixa consistente.
• Diferenciação por meio de critérios ESG e governança.

Exemplos de fundos que se destacam:

• Real Investor Institucional FIC FIA: 1.902% de 2008 a 2024.
• Tarpon: retorno de 261% entre 2019 e 2024.
• Guepardo: 310% no mesmo período.

O desafio da consistência e a seleção de fundos para o longo prazo

Apenas cerca de 1% dos fundos de ações consegue performar de forma estável por mais de dez anos. Isso revela que a consistência exige:

• Visão estruturada de participação em bolsa e paciência estratégica.
• Equipe experiente e processos de governança robustos.
• Disciplina para manter posições em momentos de queda.

Na hora de escolher um fundo, atente para:

• Histórico de desempenho ajustado ao risco.
• Alinhamento do estilo de gestão com seu perfil.
• Taxas de administração e política de performance.
• Grau de concentração e diversificação de ativos.

Riscos, disciplina e armadilhas de curto prazo

Investir em ações implica enfrentar volatilidade e ruídos políticos e econômicos. Mudanças abruptas na política fiscal, juros ou cenários globais podem gerar quedas expressivas.

Para não cair em armadilhas de curto prazo:

• Evite tomar decisões por movimentos momentâneos do mercado.
• Não mude de estratégia após períodos de performance abaixo da expectativa.
• Reavalie seu portfólio periodicamente, sem precipitação.

Tendências e oportunidades futuras

Cresce o peso de fundos que incorporam critérios de ESG e governança, com foco em empresas sustentáveis. As áreas de infraestrutura, energia limpa e tecnologia são promissoras.

Além disso, a eventual redução da Selic e o avanço de reformas fiscais podem atrair ainda mais capital externo, reforçando a atratividade dos fundos de ações.

Quando e para quem faz sentido investir em fundos de ações

Fundos de ações são indicados para investidores com horizonte superior a cinco anos, tolerância à volatilidade e objetivo de superar a renda fixa.

Se seu perfil busca crescimento real do patrimônio e você está disposto a respeitar ciclos de mercado, investir em fundos de ações pode ser a chave para alcançar metas financeiras ambiciosas no longo prazo.