Em 2025, o mercado de trabalho brasileiro registra indicadores sem precedentes, mas esse aquecimento traz desafios significativos de custo para setores vitais ao desenvolvimento nacional. Neste artigo, exploramos dados, impactos e soluções práticas para empresas e governo.
O cenário de emprego em maio de 2025 destacou-se com mínimos históricos de desemprego, atingindo 6,2% no trimestre.
Essa queda de 0,6 ponto percentual em relação aos três meses anteriores e de 1,1 p.p. sobre 2024 representa a menor taxa para o mês em 13 anos. Projeções sugerem que o desemprego pode fechar o ano em torno de 5,5%, consolidando a tendência de aquecimento.
O avanço na formalização é outro destaque: foram 654.503 vagas formais criadas no primeiro trimestre, com saldo positivo de 71.576 postos em março. O total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39,8 milhões, alta de 3,7% ante 2024.
Além disso, a massa de rendimento real habitual cresceu 5,8% em um ano, beneficiando diretamente a renda das famílias e fortalecendo o consumo interno.
Com o aumento da demanda por profissionais, setores-chave sentem a pressão por mão de obra qualificada. Empresas de infraestrutura, tecnologia, agroindústria, complexos industriais de saúde e transição energética disputam talentos.
O programa federal Nova Indústria Brasil (NIB) e as políticas de compras públicas nacionais buscam apoiar esses segmentos, mas convivem com o desafio de compensar o custo trabalhista elevado.
Segundo o Observatório do Custo Brasil, o impacto anual supera R$ 1,7 trilhão, e apenas a plena implementação de seis agendas estratégicas poderia reduzir até R$ 530 bilhões em custos ao longo da próxima década.
Com o desemprego em baixa, as organizações enfrentam dificuldade para preencher vagas rapidamente, sob risco de perda de produtividade. A disputa por talentos impulsiona a alta nos salários e serviços, pressionando a inflação especialmente no segmento de serviços.
Micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) sofrem mais intensamente, pois dispõem de menos recursos para concorrer com grandes grupos em pacotes de remuneração e benefícios.
Em resposta, muitas empresas adotam programas de trainee acelerado, parcerias com universidades e processos seletivos mais dinâmicos, reduzindo o tempo de contratação.
O governo federal e governos estaduais têm promovido iniciativas para equilibrar oferta e demanda de trabalho, incentivar a inovação e reduzir custos. Entre elas, destacam-se:
Essas medidas visam amortecer a força da inflação de custos produtivos, sem comprometer o ritmo de geração de empregos.
O Banco Central acompanha de perto o impacto do ciclo salarial sobre a inflação de serviços, avaliando a necessidade de ajustes na política monetária para preservar a estabilidade de preços.
Para garantir competitividade, empresas e governo devem coordenar esforços em diversas frentes. É essencial combinar ganhos de produtividade com uma gestão estratégica de pessoas.
Ao mesmo tempo, é imprescindível aperfeiçoar as agendas do Observatório do Custo Brasil, ampliando as economias já obtidas (R$ 86,71 bilhões entre 2021 e 2023) e avançando na desburocratização.
Somente com ações coordenadas será possível manter o forte dinamismo na geração de empregos formais e conter o avanço dos custos, assegurando dinamismo na geração de empregos formais e crescimento sustentável e controle da inflação.
Referências