Nos últimos anos, a indústria automotiva brasileira vem vivenciando uma transformação profunda guiada pela transição energética global e social e pela busca incessante por sustentabilidade ambiental e econômica. Em 2025, esse movimento atingiu patamares inéditos, com números recordes que atestam o vigor desse processo e reforçam a importância de políticas públicas, investimentos e inovações tecnológicas para impulsionar a adoção dos veículos eletrificados em todo o país.
Em maio de 2025, o Brasil registrou mais de 16.641 veículos eletrificados comercializados, um recorde histórico que representa um crescimento mensal de 12,6% em relação a abril e 22,3% acima de maio de 2024. Esses resultados refletem a consolidação de um mercado cada vez mais maduro e atraente para consumidores e fabricantes.
No primeiro quadrimestre de 2025, foram vendidos 54.683 veículos leves eletrificados, uma alta de 6,6% sobre o mesmo período do ano anterior. Já no acumulado até maio, o país contabilizou acumulado de 71.300 unidades vendidas, 19,5% acima de 2024.
Em 2024, o volume total de veículos eletrificados chegou a 177.358 unidades, um incremento de 89% frente a 2023. Projeções indicam que, ao término de 2025, serão vendidas mais de 200.000 unidades, com até 335.000 veículos BEV e PHEV em circulação, consolidando a eletrificação como uma tendência irreversível.
Em maio de 2025, os elétricos representaram 7,76% dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves no país. No âmbito dos veículos 100% elétricos (BEV), alcançaram atingiram 2,5% do mercado em 2024, aproximando-se do ponto de inflexão internacionalmente reconhecido de 5% para consolidar a adoção massiva dessas tecnologias.
A segmentação revela que, em maio de 2025, 47,9% das vendas eletrificadas referem-se a BEVs e 52,1% a veículos plug-in híbridos (PHEV). Os híbridos convencionais (HEV) registraram queda expressiva, com retrações de 17% para HEVs e 53,1% para HEVs Flex em comparação a maio de 2024.
O mercado brasileiro passou a receber forte concorrência de fabricantes chinesas como BYD e GWM, que iniciaram a produção local recentemente iniciada, reduzindo custos logísticos e prazos de entrega.
No primeiro trimestre de 2025, lideraram os emplacamentos o BYD Song Pro e o BYD Dolphin Mini GS5, com 5.884 e 5.475 unidades, respectivamente, demonstrando o apelo crescente pelos modelos elétricos chineses.
O avanço da frota elétrica no Brasil tem sido acompanhado pela expansão da infraestrutura de recarga. Em fevereiro de 2025, já eram 14.827 pontos de recarga, conectando cidades e facilitando viagens intermunicipais.
Os consumidores brasileiros têm demonstrado sensível preferência por tecnologias que unam economia e sustentabilidade. A redução de custos operacionais, aliada à preocupação ambiental, tem sido o principal motivador na decisão de compra.
Apesar do otimismo, o setor enfrenta desafios que demandam ações coordenadas:
O início da produção de veículos elétricos por grandes montadoras nacionais promete acelerar a redução de custos e ampliar a oferta de modelos. Analistas projetam que, com a ampliação da infraestrutura e o aumento da variedade, o Brasil atingirá rapidamente o ponto de inflexão de 5% de participação dos BEVs.
A liderança regional brasileira pode servir de inspiração para outros países da América Latina, gerando um ciclo virtuoso de adoção de tecnologias limpas. Para consumidores, empresas e governos, o momento é de união em torno de metas ambiciosas, investimento em pesquisa e desenvolvimento e promoção de uma economia circular eficiente.
Com inovação, planejamento e colaboração, o Brasil está pronto para escrever um novo capítulo na história da mobilidade sustentável, abrindo caminho para um futuro onde a qualidade de vida e a preservação ambiental caminham lado a lado.
Referências