O setor de energia renovável vive um momento sem precedentes, impulsionado por fluxos de capitais internacionais que aceleram a transição energética global. Com projeções de investimentos recordes para 2025, stakeholders de todo o mundo concentram esforços em políticas, inovação e infraestrutura para aproveitar essa onda de recursos.
De acordo com as estimativas mais recentes, o investimento global em energia atingirá recorde de US$ 3,3 trilhões em 2025. Deste total, cerca de dois terços do montante global serão destinados ao segmento de energias limpas e renováveis, quase o dobro do valor aplicado em combustíveis fósseis.
Entre as fontes renováveis, a energia solar lidera a curva, com previsão de receber sozinha US$ 450 bilhões em aportes. Paralelamente, o setor de armazenamento em baterias deve atrair aproximadamente US$ 66 bilhões, elevando a resiliência dos grids mundiais e viabilizando a integração de fontes intermitentes.
Além disso, a energia nuclear mostrou crescimento consistente, registrando um incremento de 50% nos últimos cinco anos e estimando investimentos de US$ 75 bilhões em 2025. Esses números refletem a busca por segurança energética aliada à redução de emissões e maior diversificação das matrizes.
Os fluxos de capital convergem para as renováveis por diversos motivos. Em primeiro lugar, a urgência de redução de emissões de gases de efeito estufa impulsiona governos e empresas a priorizarem projetos limpos. Em paralelo, avanços tecnológicos reduzem custos e ampliam a competitividade das soluções verdes.
Esse conjunto de fatores faz com que, mesmo em períodos de incerteza econômica, o apetite pelo setor renovável permaneça elevado.
O Brasil se consolida como destino privilegiado de capital internacional em energias renováveis. Entre 2015 e 2022, foram atraídos US$ 114,8 bilhões, o que representa aproximadamente 11% de todo o investimento em energia sustentável em mercados emergentes.
Atualmente, cerca de 83% da matriz elétrica brasileira provém de fontes renováveis, destacando-se a hidrelétrica histórica, mas com forte avanço dos parques eólicos e solares.
Em uma perspectiva regional, Vietnã, Chile e Índia também se destacam. Embora tenham números expressivos, todos ficam ligeiramente abaixo do patamar alcançado pelo Brasil no mesmo período.
Esse comparativo evidencia o potencial competitivo do Brasil, especialmente quando se consideram os custos reduzidos de projetos e a solidez de seu marco regulatório em energias renováveis.
Apesar do crescimento robusto, existem desafios que exigem ação coordenada. A expansão das redes de transmissão, a digitalização dos sistemas de distribuição e a capacitação de mão de obra especializada são pontos críticos para sustentar o ritmo de investimentos.
Ao mesmo tempo, a tendência de triplicação dos investimentos em energias sustentáveis desde 2015 deve continuar, desde que haja maior apoio a mercados emergentes, conforme recomendações de relatórios da ONU.
Para investidores e gestores públicos dispostos a surfar essa onda de capital, algumas práticas podem maximizar resultados e reduzir riscos.
A adoção de modelos de financiamento inovadores e colaborativos torna-se essencial para viabilizar projetos de maior escala e impacto social.
O cenário atual evidencia uma virada histórica: capitais internacionais reconhecem, cada vez mais, o valor de investir em energias renováveis. O Brasil, com sua combinação de recursos naturais e políticas estruturadas, desponta como protagonista dessa transformação.
Ao alinhar ambição climática e estratégia econômica, é possível construir um futuro energético mais limpo, inclusivo e resiliente. O momento é agora, e a oportunidade de deixar um legado positivo para as próximas gerações nunca foi tão clara.
Referências